A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), está seriamente preocupada com os dados divulgados no estudo científico “The Lancet Global Health Commission on Global Eye Health: vision beyond 2020”, que estimam que, até 2050, o envelhecimento, o crescimento exponencial e urbanização da população vão originar que 895 milhões de pessoas desenvolvam problemas visuais, levando a que 61 milhões das quais fiquem cegas.
Raúl de Sousa, presidente da APLO, considera que “muitos dos problemas relacionados com a visão são evitáveis e poderiam ser resolvidos se existisse uma estratégia que melhorasse o acesso aos cuidados de saúde da visão, nomeadamente com a implementação de cuidados primários para a saúde da visão, com a integração de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e com a eliminação das barreiras injustificadas no acesso aos cuidados para a saúde da visão”.
E acrescenta: “Mais do que apenas tratar, a prestação dos serviços deve ser inclusiva, respeitando as necessidades individuais da população e adotando uma visão holística, assente numa abordagem centrada nas pessoas. Para tal, é necessário que a saúde da visão seja introduzida no âmbito das agendas globais de desenvolvimento.” De acordo com o referido estudo, as causas para o desenvolvimento das condições e patologias visuais estão, na sua maior parte, relacionadas com o envelhecimento.
Existem outros fatores responsáveis pela maior parte da deficiência visual global, das quais se destacam: a catarata, o erro refrativo não corrigido, glaucoma, degeneração macular relacionada com a idade, e retinopatia diabética.
Os tratamentos para reduzir ou eliminar a cegueira e a deficiência visual, podem passar por intervenções cirúrgicas oculares, como a cirurgia da catarata, tratamentos ou o fornecimento de óculos e outras ajudas ópticas à população.
“Uma avaliação da implementação e dos resultados do “Plano de Ação Global: Acesso Universal aos Cuidados para a Saúde da Visão da Organização Mundial da Saúde”, subscrito por Portugal em 2012, com o objetivo de reduzir a deficiência visual e/ou cegueira evitável em 25 por cento, revela o falhanço total das políticas nacionais”, conclui Raúl de Sousa.
Mais informações sobre este estudo, aqui: https://www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214-109X(20)30488-5/fulltext