No passado dia 20 de setembro, a Miligrama participou na palestra intitulada “O papel dos media e das redes sociais na promoção da saúde mental e prevenção do suicídio: como devemos (todos) falar sobre este tema”, organizada pelo grupo Lusíadas Saúde. O evento decorreu no âmbito das iniciativas do setembro amarelo, mês dedicado à sensibilização sobre a prevenção do suicídio.
O painel contou com a presença de Hugo van der Ding, locutor e criativo; Mafalda Anjos, jornalista e comentadora televisiva; Pedro Borda d’Água, psicólogo, e Marta Rebelo, ativista e consultora de saúde mental, que moderou a sessão.
Os intervenientes partilharam as suas opiniões sobre a função dos meios de comunicação social e das redes sociais na promoção da saúde mental e na prevenção do suicídio.
No decorrer da discussão, salientaram-se os cuidados a ter ao noticiar mortes por suicídio, tais como:
No decorrer da discussão, salientaram-se os cuidados a ter ao noticiar mortes por suicídio, tais como:
- Não descrever o método usado em detalhe;
- Não fornecer detalhes sobre o local — especialmente em casos de figuras públicas, já que os estudos apontam para uma possível popularização desses espaços;
- Não usar fotografias, vídeos ou links que se relacionam com as circunstâncias do suicídio;
- Não usar títulos sensacionalistas;
- Não normalizar, glorificar ou romantizar o suicídio;
- Não apresentar o suicídio como a única alternativa às adversidades;
- Não atribuir culpas e não identificar culpados;
- Não usar os termos “suicídio bem-sucedido”, “tentativa falhada de suicídio” ou “malsucedida”, por implicarem que a morte é o efeito desejado;
- Não usar o termo “cometeu suicídio”, pela sua possível associação à prática de um crime;
- Não divulgar a notas de suicídio;
E as recomendações:
- Tratar o suicídio como uma questão de saúde pública, não de polícia. Esta mudança de perspetiva no tratamento da notícia pode ajudar a sensibilizar os leitores/ouvintes sobre o assunto;
- Educar a população sobre os factos do suicídio e a sua prevenção, sem propagar mitos;
- Esclarecer que os fatores contribuidores para o suicídio são complexos, multifatoriais e muitas vezes não totalmente compreendidos;
- Fornecer informação fidedigna e acessível sobre onde procurar ajuda e como o fazer: através de linhas de apoio, centros de saúde e serviços locais de saúde mental;
- Reconhecer que os próprios jornalistas podem ficar afetados quando reportam sobre o suicídio, deve ser assegurada a discussão aberta e o apoio entre pares;
- Esclarecer as consequências do ato em si, seja na forma de danos físicos e mentais permanentes (no caso de tentativa não consumada), seja no impacto que provoca na família e amigos.
Linhas de apoio
Apoio emocional e prevenção do suicídio
SOS Voz Amiga (entre as 16 e as 24h00) : Tel.: 21 354 45 45 / Tel.: 91 280 26 69/Tel.: 96 352 46 60
Conversa Amiga (das 15h às 22h): Tel.: 808 237 327/Tel.: 210 027 159
SOS Estudante (das 20h à 01h): Tel.: 239 48 40 20
Linha LUA (das 21h à 01h): Tel.: 800 208 448
Telefone da Esperança (das 20h às 23h): Tel.: 22 208 07 07
Telefone da Amizade (das 20h às 23h): Tel.: 22 208 07 07
Voz de Apoio (das 21h às 24h) Tel.: 22 550 60 70